terça-feira, 17 de maio de 2011

Gastronomia holandesa

Muita gente chega até este blog quando pesquisa sobre gastronomia holandesa. Na Holanda não há nada que se possa chamar gastronomia, as pessoas não gostam de comer e quando comem é sempre pouco e mal. Pode parecer que estou a exagerar mas até os ingleses se queixam da comida aqui.
As grandes especialidades "gastronómicas" consistem em: 
- Sopa de ervilhas com bacon
- Croquetes (sim há um país em que o croquete é considerado uma especialidade). O melhor croquete de Amsterdão pode ser apreciado no Eetsalon Van Dobben.
- Bitterballen é outra forma de aproveitar restos que se tornou numa especialidade, trata-se basicamente de um croquete redondo e mais pequeno.
- Stamppot, prato que consiste em batata cozida, um ou mais vegetais cozidos e depois é tudo esmagado até fazer uma papa grosseira. Acompanha com um pedaço de carne ou salsicha.

Ao pequeno-almoço come-se pão e queijo e ao almoço come-se a mesmíssima coisa, tudo acompanhado de muito leite. Para o almoço há ainda uma especialidade no mínimo original, estão a ver aquelas pepitas de chocolate ou flocos coloridos que se usam para enfeitar bolos? Pois aqui pega-se numa fatia de pão, barra-se com manteiga e depois espalha-se uma camada de enfeites de bolos no pão, pega-se na faca e no garfo e come-se aquilo como se fosse uma refeição a sério. 
À noite come-se a única refeição quente do dia. Na verdade não é à noite porque aqui janta-se às seis da tarde. O jantar é normalmente carne (pouca porque é cara), batatas e vegetais cozidos que podem ou não ser esmagados.

Ainda vou voltar a este tema mas para falar dos doces. Aqui sim, há muita coisa boa para experimentar embora sinta falta dos nossos doces com 20 gemas e 2kg de açúcar que não há por cá.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Independência

Passo a passo o David está a tornar-se um homenzinho. Este fim-de-semana passou para o quarto dele e dorme por lá sozinho, sem medos nem choros. A mim custou-me muito, a ele nem por isso.

domingo, 15 de maio de 2011

Febre

Na terça-feira, o David ficou doente com febre muito alta. Tinha passado o dia bem mas ao fim do dia notei que estava muito quente, fui confirmar e o termómetro marcava 40 graus. Isto para pais inexperientes que estão a lidar com as primeiras doenças de um filho é assustador. Como já passava das 17:00, o nosso médico de família  já não dava consultas e por isso a alternativa é o serviço de atendimento permanente. Como não se pode aparecer por lá sem antes ligar e passar por uma triagem telefónica, lá peguei no telefone e descrevi os sintomas. A assistente que faz a triagem perguntou mais umas quantas coisas e lá me esteve a explicar que a febre é a forma de o corpo combater blá blá blá e que o paracetamol blá blá blá e mais umas quantas coisas que eu já sabia. Aquilo que eu queria era pelo menos falar com alguém que tivesse o curso de medicina, estes assistentes têm formação específica para isto mas parece-me tão errado que sejam eles a decidir quem precisa de uma consulta e quem pode ficar em casa à espera que as coisas se resolvam sozinhas, principalmente no caso de bebés. Às dez e meia da noite o paracetamol já não está a fazer efeito e começa um choro angustiante durante uma hora. Uma hora a chorar, a espernear, a soluçar, muito quente, demasiado quente. Volto a ligar, atende outra assistente mas desta vez com menos perguntas porque explico que já tinha ligado, já esperei, já dei paracetamol e o choro incessante mostra que as coisas não se estão a resolver por elas próprias. Do outro lado a pergunta mais parva que se pode fazer nesta situação: "Então e o que pretende?" Quero uma consulta com um médico, o que é que havia de querer? Marcaram a consulta para dali a 20 minutos, tempo suficiente para nos vestirmos e ir até ao hospital.
Lá um médico sem bata (aqui não usam bata, faz-me confusão) olha para o David, faz os exames e ausculta-o. Está tudo bem e as coisas devem resolver-se por elas próprias, foi-nos dito que não devíamos ter usado paracetamol (foram as duas assistentes, supostamente treinadas para lidar com estas situações que nos aconselharam o paracetamol!). Ainda saímos de lá com umas folhinhas que o Senhor Doutor imprimiu da internet para podermos fazer nós próprios o diagnóstico e assim não incomodarmos os senhores da próxima vez. 
Não estava muito confiante mas o David chegou a casa e dormiu a noite toda, acordou de manhã feliz e contente e da febre nem rasto, assim como apareceu também desapareceu. Foi um susto grande aqui para os pais inexperientes mas passou rápido.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Procuro

Colete de forças pequenino em tons de azul, em plástico ou outro material impermeável. A hora da refeição está a tornar-se cada vez mais complicada e perigosa com comida em todo o lado excepto na parte de dentro da boca. Então se lhe ouso dar alguma coisa que não contenha cenoura ou banana temos problemas grandes, com muita choradeira, chapadas na colher que projectam comida em todas as direcções e em casos extremos cuspidelas, arte que ele está a aperfeiçoar rapidamente. Quando gosta da comida as coisas são igualmente complicadas porque ele entusiasma-se a comer e quer ele próprio agarrar na colher. Já consegue levar a colher à boca sozinho mas quando lá chega já pouca comida está na colher, a maior parte está na roupa dele e na de quem lhe está a dar a comida.
No meio disto tudo intriga-me que ele venha da creche todo limpo. Será que eles têm os tais coletes de forças? Será que o despem para lhe dar a comida? Será que não lhe dão sólidos e depois escrevem no livrinho que comeu tudo e gostou muito? Muito estranho. 

P.S. - Depois de escrever o texto encontrei uma espécie de colete de forças disfarçado de manta para porta-bebés, o Peekaru. À primeira vista pode parecer bizarro mas passado algum tempo uma pessoa continua a achar que não faz sentido nenhum.